Aqui se aprende o que não se aprende na escola.

sábado, 20 de setembro de 2014

7 meses de sorrisos desdentados

- Por Filipa Barros, Mãe -

O sete é tido como um número mitológico, repleto de significados e referências, é um número mágico utilizado por várias religiões, cenças e filosofias. E para uma família com um bebé é mais um marco atingido.



Nesta altura a minha bebé sabe quem são os pais e os familiares mais próximos, estica os bracitos para o colo quer, sorri e ri intencionalmente e faz palhaçaditas, pega em objetos e troca-os de mão, quer pegar em tudo e colocar na boca, os pés são um superdivertimento e as mãos também. Passa tempos infindos sentada o meio dos brinquedos e rasteja quando deitada de barriga para baixo.Vê melhor e distingue a minha cara ao longe, presta atenção às vozes e começa a perceber o seu próprio nome, sorri entusiasmada quando percbe que o papá chegou. Descobriu os beijnhos e lambuza as nossas caras. Dorme cerca de onze horas por noite, acordando uma, duas ou até três vezes para mamar, faz sestas de beleza durante o dia e adormece no carrinho, no colo e no automóvel, mas na cama não. Dorme no seu quarto desde os 5 meses e desde que o faz dorme bem melhor e mais descansada.

Adora beber água, de tal forma que até quer beber a água da banheira na hora do banho, começou a comer sólidos mas demorou duas semanas para se entender com a colher, o que foi mais complicado para mim do que para ela, não come os mililitros de referência mas arrota de satisfação e continua a crescer, prefere banana a sopa, mas come as duas.Continua a gostar muito de maminha e muitas vezes acho que não é para se alimentar mas para ter uns miminhos. Foi estabelecendo a sua rotina aos longo destes 7 meses e tornou-se algo previsível na sua imprevisibilidade, o que permitiu organizar-me um pouco melhor, já vou fazendo as coisas de casa e até tenho tempo para escrever nos meus projetos.

Estes sete meses foram repletos de magia e aventura. Foram mais fáceis do que antecipei, talvez por me ter preparado para tudo, ou quase tudo. O meu segredo, se é que posso chamá-lo assim é respeitar o ritmo dela, se tem fome come, se tem sono dorme, não a acordo espero que acorde por si, a hora do banho é sagrada e divertida quase sempre como o papá. Claro que isto só é possível porque tenho a (in)felicidde de estar desempregada, o que me permite ser mãe em pleno e a tempo inteiro.Quanto mais tempo passo com ela mais tenho a certeza que as licensas de maternidade deviam de ser um ano, no mínimo.

Tentar por em palavras o sentimento de plenitude e felicidade que ter um bebé nos dá não é possível, não é possível explicar um sorriso desdentado, nem uns braços na nossa direção, muito menos a alegria daqueles olhos grandes depois de umas horas de ausência.


segunda-feira, 14 de abril de 2014

O "ovo"



Antes do bebé nascer existe uma grande preocupação na compra do trio, até porque actualmente o bebé não sai do hospital sem ser no "ovo". Existem de várias marcas, feitios, cores e preços...mas o problema não é esse, o problema vem depois no quando usar.


O "ovo" foi criado para proteger o bebé no carro e somente no carro. Faz com que o bebé fique com espaço limitado e caso haja algum impacto ele estará mais seguro. No entanto, é cada vez mais comum vermos o "ovo" a ser utilizado como forma de transporte nos carrinhos e até em casa enquanto os pais fazem as suas tarefas, permanecendo horas nestes. 
Claro que os pais ficam descansados porque os seus filhos estão seguros, mas esquecem-se que para uma criança ter um melhor desenvolvimento  precisa de espaço para se mexer e brincar.

Para qualquer criança, brincar é tão essencial ao seu desenvolvimento como a alimentação e o carinho. Enquanto brinca, a criança reflecte a sua forma de pensar e sentir, mostra como vê a realidade e aprende a interagir com os outros e as situações de uma forma espontânea.
Cada idade tem um modo de brincar específico e em cada fase a criança aprende a diferenciar a realidade do imaginário. Aprende também a separar o seu espaço, do espaço do outro e a dar novos significados à realidade que a rodeia conforme o que assimila durante as brincadeiras, mas se não lhe dermos o espaço necessário como o fará?
Por isso deixem o "ovo" no carro e as crianças nas alcofas ou mesmo no chão (assim não cairão), existem inúmeras opção actualmente para as manter seguras.
























sexta-feira, 28 de março de 2014

Socorro!!!



O pimeiro mês de vida do bebé é uma grande confusão!!!
Para começar temos o cansaço do parto e a respetiva recuperação, tenha sido parto vaginal ou cesariana. Depois são as rotinas, ou no caso a falta delas! Com um bebé nada acontece da mesma forma em dois dias consecutivos. As visitas! Pessoas simpática e bem intencionada que normalmente são inconvenientes. A falta de sono e o bebé que chora e nós não percebemos porque!

A logística é também interessante, para começar temos medo de apertar a fralda demais e por isso vai sair por fora umas vezes, temos medo de pegar na criatura quando vamos dar banho e chora desalmadamente todo o tempo, as meninas também fazem repuxos de xixi e pior de cócó (e pintam paredes e cortinas!), vamos ver se está a respirar, se está frio ou quente! Só tomamos banho quando o pai da criança está. Nas primeiras saidas é mais o tempo que demoramos a preparar-nos para sair do que o que passamos na rua!

'Os bebés mamam 15 minutos numa mama e, às vezes na outra.' Nada mais falso! Os bebés mamam o tempo que querem e às horas que querem e quando achamos que temos uma rotina o bebé muda da ideias! São os famosos picos de crescimento. Ah e adormecemos a dar de mamar e o bebé adormece a mamar e temos de o acordar. E dar de mamar dói e é dificil e os profissionais de saúde parecem ter comissão nos suplementos!

Toda a gente vai dar uma opinião qualquer sobre alguma coisa, ou é colo a mais, ou tem fome... ou então perguntas parvas 'é tão magrinha é permatura?' ou se provei do meu leite... Quando estamos fora as mulheres vão ver o bebé com atenção, os homens vão sorrir e as crianças ficar intrigadas.

Todos os dias se tiram fotografias, às mãos, aos pés, às expressões, aos sorrisos para os anjinhos, a tudo! Fazemos km a acalmar o bebé no colo, mas incrivelmete os braços não doem. Inventamos canções sobre diversos temas. Dámos abraços a três, comemos com a criança ao colo, vamos à casa de banho a correr muito, dormimos por turnos e fazemos tudo isto com um sorriso no rosto!

Filipa Barros - Mãe há 37 dias

sábado, 8 de março de 2014

Alimentação na Amamentação

Na alimentação na amamentação há um acréscimo das necessidades nutricionais e calóricas da mãe, daí que é necessário aumentar o consumo de alimentos saudáveis como:
  • Lacticínios – leite meio-gordo, iogurte líquido, iogurte sólido ou queijo;
  • Fruta – 3 a 4 peças por dia;
  • Produtos Hortícolas – crus ou cozinhados, na sopa e no prato;
  • Cereais e seus derivados, tubérculos – todas as refeições devem conter um alimento deste grupo como pão de mistura, batata, massa, arroz, cereais de pequeno-almoço ou bolachas pouco doces, por exemplo.
Além disso deve dar-se preferência a alimentos pouco processados, frescos ou congelados e hortofrutícolas da época. É ainda necessário aumentar a ingestão de líquidos e por isso beber cerca de 2 litros de água por dia, aconselha-se a beber pelo menos um copo de água após dar de mamar.


Durante a amamentação é importante ter cuidado com:
  • bebidas alcoólicas - devem ser eliminadas na amamentação pois o álcool inibe a saída de leite e o bebé mama menos
  • café, chá preto, chá verde, chá branco, chá vermelho ou outras bebidas com cafeína - a cafeína  passa para o leite materno e pode provocar falta de sono e irritabilidade no bebé. Quando as mamadas são regulares com intervalos de 3-4 horas ao tomar um café expresso após uma mamada o organismo da mãe tem capacidade para eliminar a cafeína antes da mamada seguinte e por isso poderá ser tomado um café expresso por dias nestas condições.
  • brócolos, couves, couve-flor, couve-de-bruxelas, repolho, nabo e outras hortaliças da família das crucíferas, além dos pimentos e pepino - apesar de muito ricos em nutrientes, podem alterar o sabor do leite, causar a formação de gases ou irritação em alguns bebés.
  • espargos, cebola, alho e pimenta -  podem alterar o sabor do leite e alguns bebés podem não gostar desta alteração.
  • chocolate -  pode causar irritabilidade e aumentar os movimentos intestinais do bebé.
  • frutas cítricas como laranja, limão, tangerina, morango e kiwi - podem levar a desconfortos, vómitos, diarreia, irritação na pele ou outros sintomas.
  • leguminosas como feijões, grãos, favas, ervilhas e lentilhas - são ricas em nutrientes mas podem causar a formação de gases em certos bebés.
A mãe deve estar atenta aos sinais que o bebé pode apresentar após a mamada como gases, choro, irritação ou dificuldades em dormir se ingeriu estes alimentos. Se estes sinais forem evidentes, a mãe deve, inicialmente, variar a qualidade, reduzir a quantidade e fracionar entre as refeições o consumo dos alimentos destes grupos.

Quando as medidas anteriores não têm resultados positivos, pode ser necessário deixar de consumir estes alimentos pelo menos nos primeiros meses de amamentação, para depois voltar a introduzi-los mais tarde em pequenas quantidades, testando a reação do bebé.

Luisa Barros - Nutricionista

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Eixo Pais & Filhos



Aprender a ser Pai ou Mãe é algo que se faz com o tempo, não existem receitas certas que resultem com todos os bebés ou crianças porque são todos diferentes!
A Escola de Pessoas, através do seu eixo Pais & Filhos, pretende ajudar os pais e os filhos a aprenderem sobre os seus novos estatutos e funções em conjunto!
A tertúlia "Vamos ter um bebé, e agora?", realizada em janeiro foi o primeiro passo na criação deste eixo, pretendemos criar um grupo de pais que tenham interesse em partilhar e discutir opiniões e experiências de como se sobrevive e constrói uma pessoa! Além dos pais estarão presentes especialistas de várias áreas como a alimentação e nutrição, o desenvolvimento psíquico e motor, os relacionamentos e a aprendizagem. Os encontros serão temáticos, uma vez que estes assuntos dão facilmente azo a conversas dispersas.

Os testemunhos de quem participou na nossa primeira tertúlia dizem o seguinte:


  • O amor é também cuidar, mesmo quando se trata de um feto com 13 semanas! Partilha de experiências, de conhecimentos e de emoções entre futuros pais e mães e excelentes profissionais. Uma anfitriã, futura mamã muito inteligente, humana e ativa, plena de iniciativa e de sonhos de amor para esta sociedade. Uma tarde muito bem passada, produtiva e gradável! E que a Escola de Pessoas continue, porque é assim que o mundo pula e avança ♡ Em especial numa sociedade como a que vivemos, iniciativas como esta da Escola de Pessoas precisam-se urgente e profundamente. Parabéns e Força! Cláudia Silva

  • Top notch event. Uma iniciativa muito boa , que para alem de uma simpática oportunidade de poder partilhar experiências com pessoas que estão a travessar o mesmo teve uma forte componente pedagógica com profissionais da área que permitiu aprender bastante e desmitificar algumas duvidas. 
    Numa nota pessoal achei espetacular da parte do Grupo poder  fazer grande parte do evento em inglês por causa da Vikki. Excelente , over the moon. Muito muito obrigado. 
    Paulo Sá

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Esperando...



Nas últimas semanas de gravidez uma mulher, que agora é denominada e vista por todos como mãe passa pelos mais diversos estados de espírito, sendo que muitos deles são contraditórios e simultaneos.
Como tudo o que tem a ver com a parentalidade não existem receitas de sucesso para sobreviver a esta fase final, ansiosa e para algumas pessoas desesperante! Mas posso deixar aqui as minhas técnicas de sobrevivencia para as últimas semanas antes do nascimento do novo bebé:
  • Ter o quarto e as malas prontos. É certo que vamos mudar uma data de coisas, uma data de vezes, mas o facto de já estar decido dá-nos a sensação de que está controlado. E além disso, convém controlar o que efetivamente podemos, pois há demasiado fora do nosso controle e com tendência a aumentar!
  • Aproveitar os últimos dias de liberdade. Sair com amigos, ir ao cinema, jantar fora, passar tempo com a família são tudo coisas que vamos fazer daqui a hummmmm... pois! Mais vale ser agora, para depois não pensarmos 'ai se eu soubesse...'
  • Ter planos, não demasiado rígidos. Ficar em casa a pensar 'será que é hoje?' só vai produzir mais ansiedade e deixar-nos mais preocupadas por isso convém ter planos diários, manter rotinas, dar uns passeios na rua (mesmo que seja para aproveitar a chuva), não esquecendo que há que estar atenta a todos os sinais.
  • Aproveitar para ficar bonita. Cabeleireiro, manicure, pedicure e depilação são tudo coisas que nos fazem sentir e nos tornam mais bonitas, afinal queremos apresentar-nos aos nossos filhotes no nosso melhor e ficar bem nas primeiras fotos!
  • Rir muito! E razões não faltam, Não se consegue apertar os sapatos sem nos sentirmos umas contorcionistas, não nos conseguimos levantar ou sentar com facilidade, temos sono a toda a hora, estamos cansadas mesmo quando passamos o dia a descansar!
No fundo aquilo que tento fazer é ver o lado positivo, não levar nada demasiado a sério e aproveitar para manter a calma e não stressar, haverão muitas oportunidades de perder as estribeiras depois!

Filipa Barros - grávida de 38 semanas 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Como se faz uma pessoa...

A gravidez é um período de extrema importância na vida da mulher e do homem, onde eles saem do papel de filhos e passam a ser pais, e dos conflitos interiores para conseguirem vivenciar essa maravilhosa experiência
A gravidez traz consigo uma série de mudanças e alterações a vários níveis, sendo uma das mais inevitáveis o desenvolvimento de um bebé dentro do nosso corpo. Em paralelo a este bebé real, vai crescendo também um bebé imaginário dentro da nossa cabeça, fruto dos nossos desejos, medos, experiências e expectativas.
Esta “gravidez mental” que acontece a vários níveis com a mãe, o pai, e outras pessoas significativas na vida deste bebé tem como finalidade, preparar a todos para a chegada deste bebé, influenciar a ligação materno-fetal, e promover a vinculação, este termo inicialmente utilizado na etologia, entende-se como a tendência que os indivíduos têm para procurar a presença e a proximidade com membros da mesma espécie. Este termo foi introduzido em psicologia, e transposto da etologia; de uma forma simples, entende o crescimento de uma criança, como o resultado da relação que ela mantém com os pais.
 A “construção do ninho” é também um comportamento que ajuda a promover o vínculo e o apego entre a mãe e o recém-nascido, é algo partilhado por quase todas as espécies, uma necessidade de fornecer um ambiente seguro e confortável para a “cria” que aí vem.
Esta vinculação que a mãe e/ou os outros vão estabelecer com o feto/bebé vai influenciar bastante a qualidade das futuras ligações afectivas que vão ocorrer ao longo da vida desta ainda pequena pessoa.

A vinculação é uma necessidade primária e vital como a água, o sono e a comida. Um bebé que se sente protegido terá muito mais hipóteses de se tornar um adulto seguro de si e capaz de amar e de se sentir amado. Várias pesquisas revelam que as crianças seguras em relação aos seus pais choram menos e são mais persistentes na exploração do ambiente. Já as inseguras são mais submissas ou agressivas.

Rosa Mª Martins - Psicóloga